quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Vogais e Consoantes


Sol e chuva e ela não conseguia definir,
O que fazia o sorriso do seu rosto surgir,
A razão do palpitar ávido do seu coração,
O doce e amargo sabor daquela confusão.

Em meio aos sons ela tenta decifrar,
E através das imagens tenta solucionar,
Seja sonho ou devaneio ela só quer entender,
Os caminhos entre e o caminho que ela tem que percorrer.

Vogais e consoantes tem suas diferenças,
Algumas soam iguais, mas geram desavenças,
E ela prossegue rabiscando sua história na esperança de encontrar,
Entre o sol e a chuva um lugar para ali ficar.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Apenas mais uma... Música


  Uma musica para mudar o seu mundo, para obter uma resposta. Que canta as palavras que a sua boca não consegue dizer. Versos nos quais nos agarramos com esperança, com autoridade, com propriedade. Abrigo de sentimentos e ditador deles. Basta um play para sermos transportados para outros lugares.  Usamos algumas para criar coragem, outras como verdadeiras bandeiras.
 Habitamos nas músicas que escutamos. Acreditamos no que elas dizem. Esperamos, junto com elas, o momento de sermos escutados, apreciados, entendidos. Sentimos-nos como músicas. Algumas pessoas fazem questão de dar o play, outras passam.
 Escutemos as musicas ao nosso redor, não somente as que têm melodia, mas também aquelas que realmente importam. Cedo ou tarde aprendemos a escutar o mundo e a entender a sua música. Uma música para mudar o seu mundo. Como uma ideia que existe na cabeça e tem todas as pretensões de acontecer...

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Segunda-Feira.


  Ele acorda. Abre os olhos aos poucos por causa claridade. Boca seca. Flashes de um sonho. O relógio apita alto. Levanta e vai para o banheiro. Fica se olhando no espelho como se tivesse mudado algo de ontem para hoje até que desiste da procura e abre o chuveiro. Desperta a medida que o banho se prolonga. Enxuga-se. Veste-se. Toma seu achocolatado apressadamente. Busca suas coisas repetindo mentalmente tudo o que precisa para não se esquecer de nada. Apalpa os bolsos pelo menos umas seis vezes antes de sair. Sai. Caminha pelas ruas escutando suas músicas que ele põe em aleatório, mas que passa para suas favoritas sempre. Viaja em pensamentos que vão do seu futuro perfeito a situações que poderiam ser de um futuro perfeito. Cria diálogos.
  Entra no ônibus. Olha através da janela o mundo, sente-se parte dele. Sorri a toa. Chega ao seu destino. Bate o ponto. Senta em frente ao computador. Olha para sua área de trabalho pensando em tudo menos no que tem que fazer. Fala pouco. Pensa muito. Planeja e imagina constantemente. Torna o relógio o ponto fixo do seu olhar. Rói as unhas. Brinca com a caneta. Hora do almoço. Todos conversam a toa ao seu redor. Brincam. Discutem. Defendem suas teses conspiratórias e reclamam das contas. Ele come rápido. Olha para o celular. Nenhuma ligação. Volta para a sua sala.
  Uma hora passa, a outra se arrasta, a última hora faz charme, mas finalmente chega. Pega suas coisas. Dá tchau para as pessoas com gestos. Ele não gosta de falar demais. Liga seu player. Se sente bem. Sua hora favorita. Vai ao parque. Senta-se na grama. Pega seu caderno, tenta escrever algo, mas acaba desenhando coisas desconexas. Seu celular toca. Um sorriso no seu rosto. Ele sai dali, tem que ir para a aula agora. Caminha, olhando ao seu redor. Chega. Fala com todos que lhe interessam. Não recebe o “oi” que queria, tem um leve desânimo, então pensa em coisas boas e prossegue. As horas injustamente voam.
 Ele sorri com os outros que pensam como ele ali naquela noite, que não tinha nada de especial, mas que tinha tudo de única. Seu ônibus chega, ele se despede. Faz questão de sentar perto da janela, gosta de ver o movimento, as luzes da noite e como elas se encaixam harmoniosamente na sua lista de músicas. Mais uma viagem através de pensamentos e lembranças reais e inventadas. Chega a sua casa. Beija a sua mãe que dorme. Só se preocupa em tirar o excesso de roupas. Deita-se, e mesmo cansado está ansioso para os próximos dias igualmente desconhecidos que virão. 

sábado, 27 de outubro de 2012

Ode a Expectativa


  Cresce em nós em uma velocidade tão grande e evasiva que quando percebemos não tem como simplesmente deixar passar. Seria ela uma participante de nossas vidas com quem queremos e ao mesmo tempo não queremos estar?
   

    Nada como uma boa e teimosa expectativa para deixar nossos dias mais esperançosos, ou não. Ela sempre fez sua função muito bem, pega como base de trabalho tudo o que dão a ela, seja vindo de nós mesmos ou de fora. Por vezes dizemos que não iremos criar, embora já tenha expectativa em nossas palavras.
   E se a expectativa não fosse quebrada? E se permanecêssemos somente com ela? Constantemente imerso em possibilidades? Há quem prefira. Os platônicos podem falar disso melhor. O ponto é que por mais que resistamos precisamos de expectativas, pois elas geram ação. É impossível não criar, podia até ser nos casos onde não era pra existir. 
  Estamos cheios de expectativas, do mundo, de nós, algumas nascem e morrem na velocidade que nasceram já outras perduram fincando suas raízes no mais íntimo do nosso ser. Foi a expectativa que fez você ler esse texto. E vai ser sobre ela que você vai pensar depois. 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Terceira Pessoa do Plural

Estamos crescendo constantemente. Por vezes dolorosamente. Avançando degraus e tropeçando neles vez ou outra.
  
Estamos desenvolvendo a maturidade, a responsabilidade. Apanhando delas quando queremos regredir.
  
Estamos lutando erroneamente com os outros e com nós mesmos em uma constante e egocêntrica tentativa de aceitação. 

Assim permanecemos, enraizados na terceira pessoa do plural. De verbo em verbo, constantemente conjugando.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Andar atrás.


    Ter o cuidado de sempre não andar atrás. Foi uma das lições que aprendi no decorrer da minha vida. Quando você anda atrás você tem a falsa sensação de estar acompanhando, ou junto, mas na realidade você está tentando alcançar quem já está bem mais a frente de você. Você também não está andando ao lado por que você precisa sempre atentar para saber quando uma informação vem, algo que você possa aproveitar.
    Quando você está atrás não sabe o que acontece na frente e nem é aguardado quando você precisa dar uma pausa, a vontade de parar é muito grande, ás vezes você pensa em correr para alcançar então vem a sua mente “se quisesse podia esperar”, não adianta andar atrás, é uma prisão onde você é o próprio carcereiro.
   Este que vos fala já andou atrás muitas vezes, mas como o ser humano falho que sou também já andei sozinho na frente. Depois de todas essas idas e vindas eu escolhi simplesmente andar, é mais fácil, é mais simples, não causa danos. Ter o cuidado de sempre não andar atrás. E criar o hábito de não andar na frente. Mas acima de tudo andar para chegar a algum lugar, não para alcançar alguém. Andar por andar.

sexta-feira, 16 de março de 2012

365


  Despercebidos são aqueles que não veem o quanto um ano pode fazer diferenças, o quanto um ano tem o poder de mudar.
  365 dias podem ser bem rápidos para aqueles que estão muito ocupados para prestar atenção, o que não posso dizer daqueles que desejam que os dias voem, mas não fazem nada para fazer o ano andar. Temos também aquele tipo de pessoa que passou o ano sorrindo e tendo alegrias e que se pudesse reviveria o ano todo sem reclamar, porém, precisamos de algo novo sempre e a vida, infelizmente, não é feita só de alegrias, e sobre isso pode falar muito bem aquele que passou um ano inteiro de tristezas e lutas, onde tudo o que ele mais queria era que aquilo tudo passasse o mais rápido possível.
 Em certos casos 365 dias podem curar algo, moldar alguém, construir relacionamentos e fazê-los virar lembrança.  Temos que encarar todos os dias, por que eles podem até lembrar outros, mas nunca serão iguais, todo dia é uma chance de fazer aquilo que você não pode fazer no ontem e pensar no que você pode fazer amanhã. 365 dias para agradecer por mais 365 dias, 365 lutas e 365 vitórias. Vitórias? Sim, afinal você sobreviveu ao ontem.

“Para que servem os dias?
Dias são onde vivemos.
Eles vêm, nos acordam
Um depois do outro.
Servem para a gente ser feliz:
Onde podemos viver senão neles?”

Philip Larkin “Days”

quinta-feira, 1 de março de 2012

Às vezes


Às vezes é preciso romper as fronteiras de si mesmo para enxergar novos horizontes e ver através deles que o mundo é bem maior do que você pensava.

 Às vezes temos que pegar não usando as mãos, mas sim o coração para que possamos guardar nossas vontades em um canto seguro.

 Às vezes é necessário respirar mais do que fundo para podermos nadar nos oceanos impostos em nossas vidas.

 Às vezes é fácil dizer que tá tudo bem, mas nem sempre você precisa dizer isso.

Mas sempre será obrigatório viver, afinal a vida não pode ser feita “às vezes”.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O mar...




  O sol estava começando a se pôr, o céu agora em tons de roxo criava um lindo crepúsculo.  As ondas batiam e voltavam na praia e o som constante delas era exatamente o que ele queria escutar, ele que já estava ali há algum tempo apreciando o mar. Não dava pra saber se ele estava alegre ou triste, talvez ele nem se importasse com isso naquele momento, ele apenas olhava profundamente para o mar como se conseguisse enxergar algo que as outras pessoas não conseguiam. Às vezes  ele olhava a areia, fechava os olhos para sentir o vento, mas sempre voltava a sua atenção para o mar. Outras pessoas também estavam na praia, algumas caminhando, algumas namorando, outras apenas passando por ali, mas para ele só existia  o mar, as ondas, a calmaria. O sol se pôs por completamente levando consigo o calor dos seus raios, logo o frio se fez presente, mesmo assim ele permaneceu ali, intacto, naquela mesma posição a apreciar o mar que agora estava nos mesmos tons arroxeados do céu. Era como se ele precisasse daquilo, ele queria estar ali, permanecer a contemplar o mar. Talvez fosse a calmaria que o mar transmitia, talvez fosse simplesmente o mar...

Se não tiver amor.


  
   Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine. Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, se não tiver amor, nada serei. Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me valerá.
  O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O
Amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade, tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Assim permanecem agora estes três: a fé, a esperança, e o amor. O maior deles, porém, é o amor.


1. CO ( 1-7;13)

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Bandeiras.

    
   Venha, diga-me o seu problema. Eu não sou sua resposta, mas eu sou um ouvido atento. A realidade tem te deixado vacilante, todos os fatos e nenhum sentimento, sem fé, e todo esse medo.
   Eu não sei por que o bom homem cai, por que o ímpio se destaca, e as nossas vidas balançam como bandeiras ao vento. De quem é a culpa não é importante, boas intenções permanecem dormentes e todos nós somos culpados. Enquanto a apatia age como uma aliada meu inimigo e eu somos um só.
   E eu realmente não sei por que o inocente cai e por que monstros permanecem de pé. Enquanto nossas vidas balançam como bandeiras ao vento. Eu não sei por que nossas palavras são orgulhosas, e nossas vidas permanecem a balançar como bandeiras ao vento.
   Você que anseiam, serão consolados. Você que tem fome, nunca mais terão fome. Eu sei que o último será o primeiro, disso eu tenho certeza. Você que precisa, agora irá sorrir novamente. Todos vocês solitários, nunca mais estarão sós. Eu sei que o último será o primeiro disso eu tenho certeza.

Eu não sei por que o inocente cai.
Por que monstros permanecem de pé.
Eu não sei por que os pequeninos sentem sede.
Mas eu seu que o último será o primeiro.
Eu sei que o último será o primeiro.
Eu sei que o último será o primeiro.

("Flags" FRASER, Brooke. Álbum Flags 2010.)

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Sorriso de Infância

   Não chore criança, essa pequena chuva não pode invadir sua casa e seu quarto permanecerá seco e acolhedor como ele sempre foi. Não ligue para as pessoas correndo pela rua elas só estão tentando encontrar uma forma de ir para casa também. Não se debruce tanto para enxergar o que está acontecendo lá fora, você pode cair e chorar, eu acredito que você não vai querer mais cicatrizes.
   Venha aqui para a sala, vamos dar o play em sua música favorita e dançar como patetas, colocaremos o som tão alto que a chuva terá que diminuir o volume. Podemos fazer isso o tempo que for preciso só para você por aquele sorriso de infância em seu rosto. Não se preocupe você logo irá poder brincar do lado de fora, mas antes vamos deixar essa chuva passar.