quinta-feira, 31 de março de 2011

As vezes não dá para ser sozinho [feat. U2]

Teimoso, você acha que entende das coisas porque você diz pra mim e pra qualquer um que você é duro o suficiente. Não vejo necessidade em você tem que propor uma briga, você não tem que estar sempre certo, encare a sua situação e me deixe levar alguns socos por você esta noite. Peço que me ouça agora porque eu preciso que você saiba. Você não tem que suportar isso sozinho.

Porque é você quando olho no espelho, e é você quando não atendo o telefone. Às vezes você não pode fazer isso sozinho.


Nós brigamos o tempo todo, eu e você... Está tudo bem, faz parte da nossa rotina; e por mais incrível que pareça nós somos a mesma alma. Você acha que eu preciso? Não, eu não preciso ouvir você dizer que se não fossemos tão parecidos você gostaria de mim um pouco mais. E nisso tudo você sempre se pergunta se realmente eu sou aquilo que você está vendo.


Porque é você quando eu estou com raiva, e é você quando eu ignoro meus feitos. Às vezes você não pode fazer isso sozinho.


Sei que não conversamos e eu já estou ficando cheio de tudo isso. Será que você pode me ouvir quando eu digo isso? Será que você pode ver tudo o que faço? Você é o motivo de tudo isso estar em mim. Se você reparar e não criticar meus passos você vai poder ver que de alguma forma eles se encaixam nos seus, por que sempre de alguma forma tentei chamar a sua atenção.


Onde estamos agora? Eu preciso que você entenda, uma casa ainda não faz um lar. Não me deixe aqui sozinho.


E é você quando olho no espelho

E é você que faz isso ser difícil de passar

As vezes você não pode fazer isso sozinho

As vezes você não pode fazer isso

O melhor que você pode fazer é fingir

As vezes não dá para ser sozinho



Meados de Setembro em diante...


Caminhando por aquela rua e escutando aquela música eu lembrava de você e de como você tinha entrado na minha vida. E em meio aquele fim de tarde que eu tanto gostava de ver eu pensava que mesmo que ninguém quisesse mais me olhar ou falar comigo eu teria você para conversar, para rir, para me lembrar de que nada é o fim do mundo e que é caminhando que se segue a vida. Engraçado, como duas pessoas podem se “conhecer” a um ano e só depois começar uma amizade? Pois é, aconteceu com a gente. Afinal tudo tem um propósito. E as coisas sempre vêm na hora certa.


A cada dia que passo me convenço que a vida é a série mais bem feita de todas, sem ensaios ou textos decorados, somente a ação do momento; e que os atores não necessariamente entram ou saem, eles estão ali de alguma forma ou em cena ou nos “flashbacks”. Posso dizer que você foi uma das pessoas que tiveram mais destaque quando a minha série não estava com o ibope tão alto, achava incrível o poder que você tinha de reduzir quilômetros em ações. Você me ajudou quando eu sentia medo do que estava por vir, você falava que a gente estava junto e que nada ia acontecer, você me ensinou a não desistir dos meus sonhos e eu te ensinei a lutar pelos seus.

* * *


O tempo passou e levou junto com ele Outubro, Novembro e Dezembro. Janeiro chegou estranho e vazio, e Fevereiro veio junto com o inverno. E a música de inicio perdeu o tom e de repente aquela rua não era mais a mesma, se tornou estranha. Uma distância que existia fora quebrada, porém agora outra maior havia sido construída. Muito do que era tinha se perdido. Não nos foi dado o poder de voltar no tempo por que certamente viveríamos no passado, e não nos é permitido saber o futuro por que provavelmente estagnaríamos no presente. O que acontece sempre tem um motivo para acontecer seja bom ou ruim, para ensinar ou para aprender. Eu aprendi assim como também ensinei.

Aprendi que pra construir demora muito tempo e para desmoronar nem tanto e ensinei que para cuidar e preservar a clareza é o melhor caminho. E entre aprendizagens continuamos caminhando em rumos que nem sempre são os mesmos, mas que não deixam de serem rumos. E no meu rumo me deparei de novo passando por aquela rua só que sem escutar aquela música, e dentre um milhão de músicas que eu poderia escutar eu senti falta apenas daquela. Será que a melodia mudou muito? Disso eu não sei. Só sei que a distância entre mim e o “play” fica cada vez menor.

terça-feira, 22 de março de 2011

Guarda-chuva vermelho


E lá estava ele mais uma vez na chuva andando por aquela rua tortuosa que ele tanto conhecia. Aquele caminho em que mais uma vez ele se encontrava. A chuva caia forte sobre ele e cada gota o lembrava de que mais uma vez ele estava ali, daquele jeito.
Ele olhava ao redor e via as pessoas que uma vez estiveram do seu lado agora fechando as janelas de suas casas. Algumas ainda ficavam olhando a chuva e olhando para ele como se questionassem o fato de ele estar ali mais uma vez ou simplesmente fizessem questão de apreciar a sua cara de assustado. Enquanto ele via aquela cena outras diversas cenas invadiam a sua mente, cenas do que já foi, cenas do motivo por ele estar ali, e quando deu por si viu que as suas lágrimas estavam se confundindo com as gotas da chuva e ele parou de andar.
“Andar para quê”? “Não importa pra onde eu vá essa chuva não vai parar mesmo” Ele pensava. A raiva foi crescendo no peito dele, aquele sentimento que ele tanto odiava e que agora dilacerava seu coração, “eu estou aqui outra vez”. Sem forças ele simplesmente cai, suas pernas como se não aguentassem a realidade daquilo se recusavam a ficar firmes e ele ficou ali no chão, na chuva.
Anestesiado em pensamentos ele não via direito, mas alguém parou ali e o levantou. Sem entender, mas também sem forças para questionar ele levantou e se deixou levar por aquela pessoa que parou. De repente ele achou algo estranho, “onde estão os pingos da chuva?” foi então que ele notou um grande guarda-chuva vermelho sobre ele e aquela pessoa que agora o levava. A raiva foi passando, ele foi voltando a si e percebeu que agora não estava sozinho, alguém parou ali pra ajuda-lo. A chuva poderia continuar caindo o tempo que fosse por que ele agora esta sob um guarda-chuva. Ele não está sozinho. E ele agora atravessava aquela rua e a cada passo ele começava a acreditar que iria ficar melhor, que a chuva poderia não passar depressa, mas ele tinha alguém ao seu lado com um guarda-chuva.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Quem tem coragem não finge - Rodox


É preciso ter um tempo longe daqui
Tempo de ficar só
De andar na areia e sumir
O amor verdadeiro não reage assim
Pode fazer melhor
Esconde o medo e sorri
Quem já nadou contra a corrente
Sabe usar o vento a favor
Só o momento é diferente
É a mesma ferramenta que usou
Eu não preciso mais fazer o que você diz
Dei valor ao meu suor
Ninguém decide por mim
Se eu agi errado me perdoe porque eu não quis
Amarrar outro nó
Que prende pra dividir
O que impede de andar pra frente
É a direção que escolheu
Se um abismo separa a gente
Quem fez a escavação não fui eu
Eu sei que gente que tem coragem não finge
Que nada disso aconteceu
Quando eu acordei era fim de tarde
Meu lado claro escureceu
(Um novo sol só de manhã)
Faz envelhecer tendo a mesma idade
De tanto que a alma sofreu
Eu sei que gente que tem coragem não finge
O que impede de andar pra frente
É a direção que escolheu
Se um abismo separa a gente
Quem fez a escavação não fui eu
Eu sei que gente que tem coragem não finge
Que nada disso aconteceu
Quando eu acordei era fim de tarde
Meu lado claro escureceu
(Um novo sol só de manhã)
Faz envelhecer tendo a mesma idade
De tanto que a alma sofreu
Eu sei que gente que tem coragem não finge

quinta-feira, 17 de março de 2011

Rabiscos e Entrelinhas


Caminhar pelo mundo das entrelinhas é se basear em incertezas. Viver rabiscando é nunca chegar a um ponto de perfeição; particularmente eu não sou nem um e nem outro. Os meus rabiscos geralmente chegam em algum lugar mesmo sendo rabiscos, e as minhas entrelinhas são quase diretas, principalmente para quem as direcionei.
No mundo das palavras só tem voz quem escreve por elas, com elas e sobre elas; por isso prefiro ir mais além. Não sou poeta e nunca serei, não sou um autor conhecido, mas lhe garanto que eu escrevo.
Meu Eu-Lírico pode errar, acertar, exagerar, criar. Casas e mais casas literárias são elementares, mas me contento na rua das palavras seguindo o curso das idéias, prefiro ser esse anônimo, um transeunte entre rabiscos e entrelinhas.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Onde está sua criança?


As pessoas correm de um lado para o outro, quase sempre apressadas demais para reparar nas coisas que estão acontecendo ao seu redor. Naquela corrida frenética elas não enxergam a vida acontecer e nem escutam a sinfonia do seu dia.
Será que o individualismo se tornou acessório fundamental na vida do ser humano? Será que a humanidade foi totalmente tragada pela sua rotina? Onde estão as pessoas que param para olhar o céu? Existe mais alguém que goste de apreciar o seu redor? Onde está a sua criança?
O ser humano tem matado a sua criança interior porque se acha adulto demais para continuar brincando; mas a questão não é apenas brincar, se trata de viver. Essa criança interna é a que faz você rir do inesperado, é ela que faz com que você dance na chuva, é ela que faz você amar, é ela que ensina você a crescer. Então que tal assumir que você precisa dessa criança para ser um adulto de verdade? Sim você precisa, você sabe que precisa, todos nós precisamos. Seja um adulto que cuida da sua criança interior, seja uma criança que se preocupa com um adulto. Pare um pouco de correr e observe o seu redor, o mundo não vai entrar em estado de emergência por que você parou tudo simplesmente para olhar o céu. Aprenda a escutar a sinfonia do seu dia e a transforma-la na sua trilha sonora. Corra sim, mas corra para viver. Por que ser criança faz parte de ser um adulto.

Quando a imagem fala por si.

Step by step


Direita e esquerda. Essa é a ordem que os pés seguem sempre um de cada vez, sempre respeitando a ordem das coisas, sempre respeitando a direção... Alias, nem sempre. Vez ou outra eles nos levam por direções opostas a nossa vontade e nos fazem esbarrar e cair por aí. São Traiçoeiros os nossos passos, pois nem sempre são controlados por nós, mas sim por nossos impulsos que não são muito confiáveis também.
Porém no fim de tudo em muitos os casos nossos pés nos ajudam a ficar de pé outra vez e como se fôssemos crianças de novo eles nos ensinam a andar, e pouco a pouco vemos que já estamos acostumados com o "direita e esquerda" outra vez.
Andando outra vez, mas não da mesma forma pois uma vez que aprendemos a andar de novo também apendemos a não tomar rumos nos quais os nossos pés tropeçariam. Passo a passo vamos aprendendo que nem sempre estaremos de pé, mas que não é pra sempre que vamos ficar no chão.

Lembranças de um Fim.

Aqui estou eu. No apogeu de tudo. Fim? Não seria a palavra ideal, prefiro em vez de uma palavra só a expressão “mais uma etapa concluída”.

Hoje com certeza é um dia nostálgico, a um ano começava essa luta... Luta contra as forças, os medos, contra os anseios, contra mim. Aprendi esse ano a andar pelos cantos, mas acima de tudo, aprendi a andar na minha própria vida, aprendi a ver que sempre tem um caminho certo. Aprendi a me desviar dos obstáculos que o meu dia-a-dia me impôs e a atravessar sem medo o novo. Nesse ano tomei chuva, mas vi que a minha vida não para por causa dela e que cedo ou tarde ou vou ter que enfrenta-la com ou sem guarda-chuva. Aprendi a lidar melhor com as pessoas e que existem pessoas melhores de se lidar.

Pelos caminhos onde vaguei e com as pessoas com que falei percebo ainda mais que o mundo não é pequeno. Pequeno é quem pensa assim. Vi que recepcionistas podem ser ótimas psicólogas, que secretarias nem sempre são simpáticas, e que contadoras nem sempre sorriem. Vi que todos precisamos de amor, seja ele em um relacionamento, um amigo, na família, não importa. Vi que sou um ótimo produtor de trilhas sonoras principalmente quando se trata do meu filme, da minha vida. Enxerguei sem medo o obstáculo do “impossível” fui até ele com a garra que Deus me deu, depois de atravessá-lo agora eu sei.

Eu sei que não serei como eu era antes por que meu antes não me convém mais. Eu sei que darei mais amor, mais carinho, mais de mim. Eu sei como o mundo funciona e como ele pode funcionar em meu favor. Mas acima de tudo eu sei que cumpri o proposito que me foi dado e com alegria eu olho para o céu e vejo ele com um novo brilho, uma nova esperança, um novo tempo. O Futuro? A Deus pertence. O agora? Pertence a Deus também, mas é guiado por mim.

Agora eu apenas quero dar descanso aos meus pés, pois está na hora de usar minhas asas.

P.S. 2011 Começou...