segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Segunda-Feira.


  Ele acorda. Abre os olhos aos poucos por causa claridade. Boca seca. Flashes de um sonho. O relógio apita alto. Levanta e vai para o banheiro. Fica se olhando no espelho como se tivesse mudado algo de ontem para hoje até que desiste da procura e abre o chuveiro. Desperta a medida que o banho se prolonga. Enxuga-se. Veste-se. Toma seu achocolatado apressadamente. Busca suas coisas repetindo mentalmente tudo o que precisa para não se esquecer de nada. Apalpa os bolsos pelo menos umas seis vezes antes de sair. Sai. Caminha pelas ruas escutando suas músicas que ele põe em aleatório, mas que passa para suas favoritas sempre. Viaja em pensamentos que vão do seu futuro perfeito a situações que poderiam ser de um futuro perfeito. Cria diálogos.
  Entra no ônibus. Olha através da janela o mundo, sente-se parte dele. Sorri a toa. Chega ao seu destino. Bate o ponto. Senta em frente ao computador. Olha para sua área de trabalho pensando em tudo menos no que tem que fazer. Fala pouco. Pensa muito. Planeja e imagina constantemente. Torna o relógio o ponto fixo do seu olhar. Rói as unhas. Brinca com a caneta. Hora do almoço. Todos conversam a toa ao seu redor. Brincam. Discutem. Defendem suas teses conspiratórias e reclamam das contas. Ele come rápido. Olha para o celular. Nenhuma ligação. Volta para a sua sala.
  Uma hora passa, a outra se arrasta, a última hora faz charme, mas finalmente chega. Pega suas coisas. Dá tchau para as pessoas com gestos. Ele não gosta de falar demais. Liga seu player. Se sente bem. Sua hora favorita. Vai ao parque. Senta-se na grama. Pega seu caderno, tenta escrever algo, mas acaba desenhando coisas desconexas. Seu celular toca. Um sorriso no seu rosto. Ele sai dali, tem que ir para a aula agora. Caminha, olhando ao seu redor. Chega. Fala com todos que lhe interessam. Não recebe o “oi” que queria, tem um leve desânimo, então pensa em coisas boas e prossegue. As horas injustamente voam.
 Ele sorri com os outros que pensam como ele ali naquela noite, que não tinha nada de especial, mas que tinha tudo de única. Seu ônibus chega, ele se despede. Faz questão de sentar perto da janela, gosta de ver o movimento, as luzes da noite e como elas se encaixam harmoniosamente na sua lista de músicas. Mais uma viagem através de pensamentos e lembranças reais e inventadas. Chega a sua casa. Beija a sua mãe que dorme. Só se preocupa em tirar o excesso de roupas. Deita-se, e mesmo cansado está ansioso para os próximos dias igualmente desconhecidos que virão. 

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